VOCÊ NÃO É DONO DE NADA
Já se perguntou porque é que as coisas não duram? Um chuveiro não dura mais do que um ano. Uma
lavadora de roupas não passa de 6 anos. Uma geladeira, 7 no máximo. Um aparelho
de telefone celular, desses modernos (com androide, touch screen, GPS e o escambal), dois anos (quando não passa de um,
apenas). A bateria, normalmente, nem sobrevive a ele. Um liquidificador, 2
anos. Já os bens mais duráveis, como automóveis, quebram ou se desgastam o
tempo todo, exigindo peças de reposição com absurda frequência. Não bastasse
isso, os avanços tecnológicos são dosados homeopaticamente ao público
consumidor. Esse estrangulamento da tecnologia garante que diariamente sejam
lançados produtos “mais avançados”, condenando aqueles de ontem à condição de
obsoletos. Isso tudo acontece devido a uma programação desonesta do capitalismo,
onde propositadamente os bens são feitos para terem vida extremamente limitada,
tanto funcional quanto tecnologicamente. Isso sem falar do modismo, do qual a
mídia globalista se encarrega. Tudo para que sejamos escravos definitivos de um
consumo interminável, escoando nossos ganhos com produtos pelos quais, de fato,
pagamos aluguel do direito de uso e nunca preço de propriedade. A propriedade é uma ilusão
vendida pelo sistema. Quando você precisa pagar periodicamente pela manutenção
da propriedade de um bem de conforto que deveria ser duradouro, para não dizer
perene, então você não tem a propriedade desse bem. É que a partir do momento
em que não substituímos o bem estragado (leia-se pagamos o aluguel), perdemos o
direito de uso. Consequentemente,
mantem-se a roda viva do consumo periódico, enchendo os cofres dos fabricantes.
Chama-se Obsolência Programada, uma
forma eufêmica de dizer Canalhice
Descarada. Foi feita para exterminar com qualquer tipo de durabilidade. É
uma barreira tão nociva ao interesse público que quando alguém tenta rompê-la,
ou é amordaçado com dinheiro ou é sumariamente “terminado”. É o drama e risco que
hoje está vivendo o espanhol Benito Muros (OEP Eletrics), que inventou uma
lâmpada que dura mais de 100 anos.
Veja as vantagens da lâmpada:
- Gasta 92% menos eletricidade
que uma lâmpada incandescente, 85% em relação às alógenas e 70% em relação às
fluorescentes.
- Têm garantia de, no mínimo, 25 anos funcionando 24 horas por
dia, 365 dias por ano. Muros diz que duram mais de 100 anos.
- Não se queimam com facilidade. A empresa OEP Electrics garante
10.000 (Dez mil) comutações (acender e apagar) diárias.
- Acende na hora. Não precisa esperar ação de reator, pois não o
tem.
- Não emite radiações ultravioleta e nem ultravermelho, ao
contrário das fluorescentes, evitando problemas de pele e nos olhos.
- Não faz zumbido.
- Consegue iluminar em temperaturas de até 45 graus abaixo de zero.
- Não contém tungstênio e nem mercúrio. Não possui metais pesados
que demoram para desintegrar. São recicláveis e seguem todas as normas
ambientais.
- Emitem 70% a menos de CO².
- Por ter mais tempo de vida, produzem menos resíduos para a
natureza.
- Praticamente não esquentam, utilizando somente aquela energia
que será necessária para iluminar. As lâmpadas convencionais, ao contrário, gastam
95% da energia para produzir calor e apenas 5% para iluminar. Ou seja,
são feitas propositalmente para gastar, para a alegria das distribuidoras de
eletricidade.
- Por não esquentar e não produzir radiação, evitam deterioração dos
materiais próximos.
- Evitam risco de incêndio. Não estouram pelo contato de
umidade ou gordura (podem ser tocadas, mesmo por mão úmida).
- Não prejudicam a refrigeração dentro de câmaras frigorificas.
Com todas essas vantagens
fabulosas e custando apenas 37 euros (para compra online), pouco mais de
setenta reais, é óbvio que a indústria do consumo periódico ia chiar. E até
ameaçar de morte.
Veja a entrevista de Benito
Muros:
“Trata-se de um movimento que
denuncia a Obsolescência Programada. Lutamos para que as coisas durem o que
tenham que durar, porém os fabricantes de produtos eletrônicos os programam
para que durem um tempo determinado e obrigam os usuários a comprar outros
novos. A lei permite!
O consumo de nossa sociedade está baseado em produtos com data de
validade. Mudar isso suporia mudar nosso modelo de produção e optar por um
sistema mais sustentável. Os fabricantes devem ser conscientes de que as crises
de endividamento como a que vivemos são inevitáveis e que podemos deter o crime
ecológico.
(Repórter: A lavadora de minha mãe durou 35 anos!)
E agora aos seis já dá problemas. Também, antes havia umas meias
de náilon irrompíveis.
Deixaram de fabricar, por isso, porque duravam demais.
Mas hoje, por exemplo temos uma lâmpada que está acesa a 111 anos
em um parque de bombeiros de Livermore (California). Foi então que surgiu a
idéia de criar, junto com outros engenheiros, uma linha de iluminação que dure
toda a vida.
(Repórter: Não queima nunca?)
Nunca! Dura mais de cem anos, porém como não veremos, oferecemos
uma garantia de 25 anos.
(Repórter: Não se vê isto nos grandes armazéns.)
Não, porque as distribuidoras nos dizem que vivem das que se
queimam. Inclusive recebemos ofertas de milhares de dólares para tira-la do
mercado.
(Repórter: E quanto custa sua lâmpada?)
Pode ser comprada online por uns 37 euros. Aos fabricantes não
lhes interessa.
(Repórter: Um gênio ou um louco?)
Nem um nem outro. Somente buscamos uma sociedade mais justa. Ainda
que isto signifique estar ameaçado de morte. A lâmpada criada pela OEP
Electrics responde à necessidade atual de um
compromisso com o meio ambiente. Ao durar tanto tempo, não gera resíduos ao
mesmo tempo em que permite uma poupança energética de até 92% e emite até 70% a
menos de CO2.”
Muros diz que está sendo
ameaçado devido a seu invento, pois apesar de ter recebido ofertas milionárias
para retirar seu produto do mercado, pretende levar o empreendimento avante:
- “Senhor Muros, você não pode
colocar seus sistemas de iluminação no mercado. Você e sua família serão
aniquilados”, reza a denúncia que Muros apresentou à Polícia, que apesar do
medo não se acovardou.
Infelizmente o mundo é gerenciado por uma estirpe criminosa para
quem o bem comum e o meio ambiente nada representam. Vale dizer que seria otimismo demais achar que
um dia teremos a oportunidade de ter uma lâmpada dessas em nossas casas.
Certamente terá o mesmo destino do motor movido a hidrogênio, do motor movido a
água, da energia elétrica pública e gratuita de Nicola Tesla, da cura do câncer
(que já existe há anos) e de tantos outros benefícios que tornariam nosso planeta
mais humano. Muitos deles nem ao menos tivemos a oportunidade de sequer ouvir
falar. Todos aniquilados pela súcia adoradora do deus dinheiro.